A linhagem Seth e o Megalítico do Tempo

Os Sethianos na mitologia dos livros de Avillez são grandes eruditos, homens de ideias e argumentos, pesquisadores aprofundados de todos os seguimentos a que se propõem; mesmo a língua falada demonstra a origem etimológica das demais por crerem que os verdadeiros significados, tanto morais quanto filosóficos, estão presentes em sua orgiem; ainda que, comumente, usem o mandarim e o hebraico como fontes de pesquisas culturais. Na realidade, creem que são os sentimentos a verdadeira linguagem universal dos seres conscientes (o que não se dá com a psicopatia), pois o que se sente, representa a verdade que pode ser distorcida pela linguagem, nunca representando precisamente o que se quer dizer. Justamente os sentimentos acreditam levar a uma compreensão mais ampla do universo, desde que sejam subtraídas as emoções negativas que são, essencialmente, materialistas como a ganância, raiva, luxúria e etc.

 

Tal relação com a língua, quer sentimental ou não, são as bases do seu filoversismo que se propõe um poder pré-existente, como o verbo do qual se atém à plena compreensão do infinito, inclusive pelos sentimentos.

 

Por abominarem a violência e toda distorção da verdade, são rigorosos na criação por acreditarem que, essencialmente, a violência é a expressão do que é mal, logo seus derivados como a guerra.

 

A suposta linhagem de Seth, descrita em diversos trechos da Bíblia, se propõe verídica, mesmo que tenha se perdido nas névoas de nossa cronologia falha e que, por tão desejada e invejada, levou a destruí-la, perdendo-se sua genealogia; mas acredito que tal perseguição tinha função e propósito. O nome Seth significa no hebraico ‘designado’; originalmente, no livro sagrado, era tido como um filho que nasceu após a morte de Abel (Gênesis 5.3); porém, muito pouco mencionado, sendo referida, na enciclopédia bíblica como “raça desconhecida” (citada em Números 24.17), os ‘filhos de Seth’, provavelmente os descendentes do mesmo, sendo hoje a linhagem existente ou não.

 

Conceitos sobre a linhagem de Seth são discutidos até num livro chamado ‘Antiguidades Judaicas’ (Flavio Josefo), onde relatos dizem que teriam criado dois pilares chamados ‘pilares de Seth’, onde estariam registradas descobertas científicas, invenções, principalmente no campo da astronomia, baseados nas supostas previsões de Adão sobre o dilúvio como forma de assegurar a perpetuação destes conhecimentos. Segundo um apócrifo gnóstico chamado “A Revelação de Adão” descoberto em 1945 no Egito (Nag-Hammadi), Adão é descrito como pai de Seth, responsável por passar todo conhecimento secreto a ele: “Estas são as revelações que Adão desvelou ao seu filho Seth; e o seu filho ensinou a seus descendentes. Este é o conhecimento secreto que Adão entregou a Seth; é o santo de batismo daqueles que adquirem o conhecimento eterno...”

 

Até mesmo existe um antigo movimento gnóstico chamado Setianismo (no inglês, Sethianism) dedicado à devoção a Seth. Segundo eles, teriam sido escolhidos por Deus para criar a sociedade humana perfeita. Este movimento seria anterior ao próprio cristianismo, sendo judaica, mesmo que com ligações ao platonismo, o que se perdeu pelo tempo. Assim, o contexto mostrado no conto ‘Anibal Ad Portas’ em que se relata o encontro de Balaão com os Seth na redescoberta dos pilares de Seth, são apenas especulações fictícias por não terem bases sólidas, mesmo que tão pouco se proponha como doutrina ou evangelho - mas que no conto levou Balaão a proferir a praga descrita em Números 24.17. Apesar de jamais haver conhecimento destes supostos pilares, existem não somente um, mas vários casos de povos, ao longo dos tempos, com avançado conhecimento em diversos ramos como a astronomia. 

 

Fascinantemente colocado sobre a função dos Seth como algo mais do que signo da perfeição, desígnio inabalado, mas constante independente das variações temporais, tendo por fundamento a hipótese das sete cartas do Apocalipse – o livro onde tal número é mais citado - vistas sob o aspecto de que tais sejam dirigidas a variações de uma mesma pessoa ou pessoas. Justamente partindo desta interpretação que surgiram os fundamentos especulativos de Seth em paralelo a da Flor das Mil Pétalas. Um dos números mais mencionados em todo livro sagrado, constantemente associado a Deus e sua perfeição resultante, sendo deste modo signo das designações divinas, que mesmo com suas variantes é inalterável o seu resultado. Nele podemos ver o simbolismo do mundo criado em 7 dias, tal como são sete os dias da semana, do qual deriva a importância original do sábado, o sétimo dia, assim como referências às sete estrelas, sete taças, sete anjos, um livro de sete selos, e sete trombetas, todas relacionadas ao livro de Apocalipse e outros em Gn 4.15; Lv 26.24; Sl 12.6. Já mediante o catolicismo, são 7 as virtudes humanas que, muitas vezes, são jogadas no lixo graças aos 7 pecados capitais regidos pelos seus respectivos arquidemônios. Tal número, na Bíblia, era considerado sagrado. Em quantidade relaciona-se com algo completo, além da própria aplicação (designado) e mesmo castigo, como exemplo das 7 pragas do Egito e 7 caminhos por onde fugiram os adversários (em Deuteronônimo 28.25) ou como bênção, no exemplo das multiplicações, septuplicadamente (Salmos 79.12). A própria primeira versão da Bíblia antiga se chamava Septuaginto, também chamada versão dos 70, ligado aos setenta e dois eruditos.

 

Nos mares, a 7ª onda é sempre a maior e a mais forte, não por acaso mencionada com o nome da última parte deste livro; tal como muitas aves têm seus ovos chocados na progressão de 7 dias como 14, 21, 28 dias. Foram 7 os sábios da Grécia, 7 deuses da antiga mitologia chinesa, jogo dos 7 erros, 7 os alicerces do mundo, são 7 os mares, 7 os números de algarismos romanos, 7 as cores do prisma, 7 as notas musicais que compõem qualquer música (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si); e a Independência do Brasil aconteceu no dia 7. Aliás, são sete as belas-artes humanas, talvez a justificar o porquê do homem receber a expressão “pintar o sete”. Nos contos clássicos vemos os 7 anões da Branca de Neve, porém, de modo maior são vistas como 7 as grandes construções humanas, as maravilhas do mundo; de igual modo, as 7 maravilhas do mundo natural em 7 continentes, mesmo que alguns segredos sejam guardados por Deus a 7 chaves, do que trata tal livro, hipoteticamente. 

 

No Velho Mundo, Europa, podemos ainda encontrar em Lisboa, a cidade das sete colinas: Castelo, São Vicente, São Roque, Santo André, Santa Catarina, Chagas e Santa Ana. Repetidas em Roma de igual modo, uma cidade das sete colinas: Quirinal, Viminal, Esquilino, Caelius, Palatino, Aventino e Capitólio. Obviamente, o fascínio do homem por este número vem de longo período, provavelmente herdado em grande parte pelo livro judaico-cristão, a Bíblia. 

 

O Megalítico do Tempo, porém, é meramente especulativo e apócrifo, mesmo que plausível em sua funcionalidade e construção. Mediante a grande capitalização de dados que é necessário à precisão de dados de época e lugares pertinentes nas proximidades do Éden, não lidando meramente com adivinhação - podendo ser uma inspiração - pois as colocações de eventos futuros seriam relacionados e datados de acordo com a posição dos astros no céu, perante as concepções temporais de quadridimensionalidade, algo que creio representar o suprassumo do conhecimento humano e temporal sobre o universo. Este, tem o amparo comum dos tempos em que anjos, os ditos filhos de Deus, viviam entre nós, antes de se misturarem e serem condenados. A mesma fonte, similar a dos preceitos babilônicos, diga-se de passagem. Não obstante, mesmo Josefo relata algo que condiz com a proposta que seria o restante deste megalítico os pilares de Seth, com informações justamente sobre o futuro. Fica óbvio que ainda não está comprovada tal existência, mas que é bastante coerente com a realidade.

 

A mitologia Sethiana criada por Gerson é reforçada na ideia de que viajantes do tempo teriam criados verdadeiros monumentos ao Tempo, como o ‘Templo selado das emoções’, do qual a entrada apenas é possível por buracos de minhocas, como proteção à sua tecnologia temporal, assim como outros exemplos dito em en-migrom. Tudo isso era feito com a intenção de proteger seus conhecimentos de homens furtivos como os bugmans, cuja função era deletá-los (e seus autores!) da existência por não terem respeito com nada no universo.